"SÃO PAULO - Você deve achar que uma nova versão da Queda da Bastilha está em andamento. Nada disto. Sem alarde, a mais nova revolução francesa revela-se cada vez mais eficaz e já ocupa salas de aula de escolas, universidades e até do mercado corporativo. O segredo estratégico é a vontade de aprender a língua e a cultura francesas.O idioma francês ultrapassou fronteiras e seu interesse cresce acima de dois dígitos a cada ano. A Aliança Francesa, no plano mundial, congrega 1.071 associações autônomas em 138 países. Forma mais de 450 mil estudantes anualmente e mobiliza 6 milhões de pessoas em eventos relacionados à francofonia. No Brasil, estima-se que mais de 40 mil estudantes estejam matriculados nos cursos de francês da escola, 10 mil somente em São Paulo. Mas como explicar a atração pelo idioma francês, mesmo sob a "concorrência" de outras línguas como o inglês e o espanhol, além de novidades como o mandarim? O conhecimento de um segundo idioma já se tornou imperativo no mercado de trabalho atual. Em tempos de internacionalização crescente no mundo dos negócios, o francês pode ser o trampolim que faltava para a conquista de novas oportunidades profissionais. Empresas francesas não param de chegar ao País e enxergam nos brasileiros uma rara capacidade de adaptação a novos idiomas. Por isto, investem continuamente em programas de formação para seus colaboradores. Mais do que estimular o aprendizado de uma língua, o objetivo é aproximar estes profissionais da cultura de suas matrizes. Empresas como Carrefour, Alstom, Moet Chandon e Renault, além de instituições financeiras como o grupo Societé-Generale, já aderiram à revolução. O ensino superior, por sua vez, procura exercer o papel de fio condutor dos estudantes em direção ao mundo corporativo. Recentemente, a Universidade Anhembi-Morumbi e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) assinaram convênios com escolas superiores francesas, assegurando o duplo-diploma a seus estudantes universitários. O surgimento de novos segmentos de interesse profissional, como Hotelaria, Gastronomia, Moda, Relações Internacionais, Comércio Internacional e Turismo, também fomenta o idioma da Cidade-Luz. Há vários exemplos de executivos brasileiros que conquistam importantes espaços no mundo corporativo global. É o caso de Carlos Ghosn, tido certamente como um dos nomes mais influentes da indústria automotiva, por sua atuação na Renault. Além disto, mais de 1 mil brasileiros anualmente rumam para a província canadense do Québec, a partir de oportunidades profissionais nas áreas de Saúde, Tecnologia, Ciência, Química e Hotelaria. As mais de 600 companhias de origem francófona presentes no mercado brasileiro demandam o trabalho de mais de 1 milhão de profissionais. E sob a inspiração do Ano da França no Brasil, em 2009, deve-se expor ainda mais esta realidade e a força latente da língua e da cultura francesas na herança histórica das relações entre os dois países. Vamos abraçar de vez esta nova revolução?"
Renato Vieira é diretor de comercial e de marketing da Aliança Francesa de São Paulo.
2 comentários:
vc nao me adicionou no skype nem no MSN?
Elt Luiz
Anônimo, para sabermos se o add ou não vc precisa se identificar... rs rs rs
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